sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Ars Longa, Vita Brevis

A expressão latina acima, de autoria do grego Hipócrates, o pai da Medicina, e que, na verdade, é apenas parte de uma sentença por ele proferida, tem a seguinte tradução em português: "longa é a arte, breve é a vida". Foi usada inclusive por Tom Jobim em uma de suas canções.
Pavarotti se foi, mas, uma vez que cravou seu nome na história das artes em geral, em particular, na história da música erudita, como intérprete, será eternamente lembrado. Seu nome, indubitavelmente, entrará, se é que isso já não acontece e eu ainda não estou a par, nos dicionários de música erudita e mesmo em livros de história da música que também tratem dos seus executantes instrumentais e vocais.
Um dos primeiros LPs de música erudita que eu tive foi exatamente o dos Três Tenores (Pavarotti e os espanhóis Placido Domindo e José Carreras) na apresentação que fizeram na abertura da copa do mundo de 1990. Há algum tempo, encontrei, em um sebo daqui de Brasília, um VHS de uma apresentação ao vivo, na Itália, da ópera Tosca, de Puccini, com Pavarotti no papel do principal personagem masculino da obra. Interessante é o fato de que foi exatamente com uma representação da Tosca, em Nova York, no ano passado, que o tenor encerrou sua carreira, antes do que pretendia, devido ao câncer no pâncreas.
Cumpriu belamente sua missão aqui neste mundo. Deixará saudade em todos os que acompanharam sua carreira. Descanse em paz.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Luciano Pavarotti: Morre, aos 71 anos, o tenor italiano


O tenor italiano Luciano Pavarotti morreu hoje, aos 71 anos, de câncer no pâncreas. O tenor havia sido internado com uma infecção pulmonar no dia 8 de agosto, no Hospital Policlínico de Modena, no norte da Itália.

O italiano foi operado do pâncreas em julho do ano passado em Nova York. O câncer no pâncreas é considerado por especialistas como uma das formas mais letais da doença, mas a cirurgia oferece condições para melhora. O cantor de ópera morreu por volta das 1h50 (horário de Brasília). Ainda não se sabe quando serão os funerais e onde seu corpo será enterrado.

A história:

Luciano Pavarotti nasceu na província italiana de Modena, em outubro de 1935. Habilidoso nos esportes, não demorou muito para que conquistasse os primeiros fãs como titular de um time de futebol local.

A estréia de Pavarotti nos palcos foi em abril de 1961, com a popular ópera “La Bohàme”, de Puccini, na cidade de Reggio Emilia. Esse sucesso levou a convites para apresentar-se em toda a Itália e várias partes do mundo. Ele conquistou o público de Amsterdã, Viena, Zurique e Londres.

Sua grande chance aconteceu em Londres, graças a outro grande tenor lírico italiano, Giuseppe di Stefano, que precisou faltar a uma apresentação de "La Bohème" em 1963.

Já a estréia na América ocorreu em fevereiro de 1965, em Miami, nos Estados Unidos, com a produção da ópera de “Lucia di Lammermoor", de Gaetano Donizetti, ao lado de Joan Sutherland, com quem começaria uma grande parceria.

Seu maior legado para a música provavelmente será a apresentação com os espanhóis Plácido Domingo e José Carrera na abertura da Copa do Mundo de 1990, na Itália, vista por cerca de 800 milhões de pessoas no mundo todo. Desse encontro surgiu Os Três Tenores, que ainda hoje é o álbum de música clássica mais vendido de todos os tempos.

(retirado da página de notícias do MSN)

Seguem abaixo alguns links para mais notícias a respeito da morte de Pavarotti:

Luciano Pavarotti: uma vida consagrada à ópera

Mundo da ópera chora a morte de Luciano Pavarotti

Tenor italiano Luciano Pavarotti morre aos 71 anos

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Pavarotti: tenor encontra-se em estado muito grave, inconsciente e com falência dos rins

Depois de, algumas semanas atrás, a sétima arte ter perdido dois de seus maiores realizadores, os diretores Ingmar Bergman - sueco - e Michelangelo Antonioni - italiano -, ambos no mesmo dia, mais uma notícia ruim no mundo das artes, mais precisamente, no mundo da música erudita. Leia abaixo. A notícia foi retirada da página de notícias do MSN.

Pavarotti está inconsciente e seus rins não funcionam--TV
MILÃO (Reuters) - A estrela da ópera italiana Luciano Pavarotti está inconsciente e seus rins pararam de funcionar, informou a emissora E' TV Antenna Uno de Modena, cidade natal do tenor. O estado de saúde do cantor é "muito grave", informou a emissora citando fontes não identificadas. Pavarotti, que recebeu alta do hospital no dia 25 de agosto, após passar por exames e receber tratamento durante mais de duas semanas, está em casa na companhia de familiares e de amigos próximos, segundo a emissora. (Por Mathias Wildt)

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Cinema: A Viagem do Capitão Tornado (1990/1991), de Ettore Scola


Eis alguns links sobre um dos melhores filmes que eu já assisti: A Viagem do Capitão Tornado (Il Viaggio di Capitan Fracassa), co-produção ítalo-francesa do diretor italiano Ettore Scola. Este filme saiu em VHS no Brasil. Aliás, é uma fita dificílima de encontrar. Ainda não saiu em DVD.

http://www.suzano.sp.gov.br/agendacultural/CN03/noticias/nots_det.asp?id=322
http://marcelorenno.multiply.com/reviews/item/145
http://blog.estadao.com.br/blog/merten/?title=capitao_tornado&more=1&c=1&tb=1&pb=1

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Clube da Esquina (1972) - Milton Nascimento & Lô Borges



O Clube da Esquina, de Minas Gerais, foi um dos movimentos mais significativos da história da música brasileira. Ocupou um vácuo, um vazio em nossa música, causado ou deixado pelo exílio, em Londres, de Caetano e Gil, as cabeças do Tropicalismo, vindo da Bahia.
O disco Clube da Esquina (a capa original é a de baixo), de 1972, assinado por Milton Nascimento e Lô Borges, foi o manifesto do movimento musical mineiro, assim como o LP Tropicália ou Panis et Circencis o foi para o Tropicalismo.
Eis abaixo a letra da primeira faixa do disco, "Tudo que você podia ser".

Tudo que você podia ser

(Lô Borges e Márcio Borges)

Com sol e chuva
Você sonhava que ia ser melhor depois
Você queria ser o grande herói das estradas
Tudo que você queria ser

Sei um segredo
Você tem medo, só pensa agora em voltar
Não fala mais na bota e no anel de Zapata
Tudo que você devia ser, sem medo

E não se lembra mais de mim
Você não quis deixar que eu falasse de tudo
Tudo que você podia ser, na estrada

Ah! Sol e chuva na sua estrada
Mas não importa, não faz mal
Você ainda pensa e é melhor do que nada
Tudo que você consegue ser, ou nada

Você que ainda não conhece ou ainda não ouviu este disco procure conhecê-lo ou ouvi-lo. Trata-se de uma obra de incrível refinamento e finesse instrumental, como poucas vezes se viu na música brasileira. Recomendadíssimo.

sábado, 1 de setembro de 2007

Ópera Carmen, de Bizet, na Torre de TV, Brasília, às 19 horas

Bizet
Não percam hoje, às 19 horas, na Torre de TV, em Brasília, a montagem da ópera Carmen, do compositor romântico francês Georges BIZET (1838-1875), foto ao lado, sob a direção do maestro Sílvio Barbato.

Seguem abaixo alguns links sobre o espetáculo:
http://divirta-se.correioweb.com.br/musica.htm
http://www.cerradomix.com.br/index.php?idpaginas=20&idmaterias=275783
http://www.comuniweb.com.br/?idpaginas=20&idmaterias=276164

Carmen é uma ópera em quatro atos do compositor francês do período romântico, com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, e baseada na novela homônima de Prosper Mérimée. A obra estreou em 1875, no Ópera-Comique de Paris, e, é provavelmente, a ópera não-italiana com maior número de árias famosas.

Seu enredo conta a história de Carmen, uma linda cigana, que se apaixona pelo toureiro Escamillo, quando ainda era comprometida com o soldado Don José. O drama acontece na cidade de Sevilha e seus arredores. A história é repleta de momentos de amor e ciúmes, com desfecho surpreendente.
A ópera será encenada em um palco moderno, especialmente idealizado pelo cenógrafo Andrey Hermuche e reunirá 120 artistas.

A abertura da ópera, a Habanera, a Seguidilha e a canção do toreador são conhecidíssimas do grande público.

A quem for lá prestigiar, sugiro que saia de casa um pouco mais cedo para passar no shopping Pátio Brasil, no início da W3 Sul, para conferir a 26ª Feira do Livro de Brasília, que começou ontem à noite.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Música Erudita & Cinema I

Amigos, esta é a primeira postagem deste meu blog, o qual está estreando hoje.
Vou inaugurá-lo falando sobre Música Erudita & Cinema, citando filmes que possuem exclusivamente música erudita em suas trilhas-sonoras, com destaque para aqueles que tratam da vida e obra de algum compositor, os quais figuram exatamente nesta primeira parte da matéria.
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Beethoven (título original em inglês: Beethoven's Great Love (em portugês, "O Grande Amor de Beethoven"), também conhecido como The Life and Loves of Beethoven (em português, "A Vida e os Amores de Beethoven")): filme francês de 1936 dirigido por Abel Gance (1889-1981) e estrelado por Harry Baur, Jean-Louis Barrault, Marcel Dalio, and Jan Holt. Em preto e branco.
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À Noite Sonhamos: filme americano de 1945 sobre o pianista e compositor romântico polonês Frederic CHOPIN. Mais informações em http://www.2001video.com.br/detalhes_produto_extra_dvd.asp?produto=8633. Disponível em DVD no Brasil.

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Sonata de Amor: filme americano de 1947 sobre o pianista e compositor romântico alemão Robert SCHUMANN. Mais informações em http://www.2001video.com.br/detalhes_produto_extra_dvd.asp?produto=9877. No elenco, Katharine Hepburn. No filme, há outro ator que interpreta outro compositor alemão, Johannes BRAHMS, contemporâneo de SCHUMANN. Disponível em DVD no Brasil.

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Verdi, o Rei da Melodia: produção italiana de 1953 sobre o grande compositor italiano de óperas Giuseppe VERDI. Lançado em DVD no Brasil.

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Schubert - A Casa das Três Meninas (A Song Of Love And Despair): co-produção austro-alemã de 1958 sobre Schubert, dirigida por Ernst Marischka (mais conhecido pela trilogia sobre a imperatriz Sissi (Sissi; Sissi, A Imperatriz; Sissi e Seu Destino)) e estrelada por Karlheinz Bohm e Johanna Matz.
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Sonho de Amor: filme americano de 1960 sobre o pianista e compositor romântico húngaro Franz LISZT. Mais informações em http://www.2001video.com.br/detalhes_produto_extra_dvd.asp?produto=6974. Disponível em DVD no Brasil.

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Elgar: série inglesa (na verdade, um documentário em forma de drama, ou seja, encenado) de TV, de 1962, dirigida por Ken Russell sobre o compositor inglês Edward ELGAR. Tornou-se um dos mais populares filmes do tipo já exibidos na TV, além de contribuir para uma acentuada redescoberta da música do compositor. O filme conta com um narrador.

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Chronik der Anna Magdalena Bach (em inglês, Chronicle of Anna Magdalena Bach): filme francês de 1968 sobre o compositor barroco alemão J.S. BACH. No papel do compositor, o cravista, organista e regente holandês Gustav Leonhardt, uma das maiores autoridades em Bach e em música antiga, sobretudo barroca, que toca e rege obras deste mestre da música no filme. Dirigido por Danièle Huillet e Jean-Marie Straub. O também cravista e regente holandês Bob van Asperen interpreta Johann Elias Bach, primo de Johann Sebastian Bach. Anna Magdalena Bach, esposa do compositor, narra a vida do marido nesta obra cinematográfica em preto e branco. Não foi lançado em DVD no Brasil.

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The Music Lovers (em Portugal, Delírio de Amor): filme inglês de 1970, do controverso diretor Ken Russell, sobre o compositor romântico russo TCHAIKOVSKY, interpretado por Richard Chamberlain (Os Três Mosqueteiros (1973), Inferno na Torre (1974), O Conde de Monte Cristo (1975), O Homem da Máscara de Ferro (1977), Pássaros Feridos (TV, 1983), As Minas do Rei Salomão (1985), Casanova - O maior amante de todos os tempos (1987), A identidade Bourne (1988), entre outros). Não tenho informação se este filme chegou a ser exibido no cinema aqui no Brasil e nem se foi lançado em VHS por aqui com o mesmo título que em Portugal, ou seja, Delírio de Amor. Só sei que não foi lançado em DVD no Brasil.

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Tchaikovsky: filme russo de 1972 sobre a vida do compositor.
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Mahler: filme inglês de 1974, também dirigido por Ken Russell, sobre o compositor romântico alemão Gustav MAHLER, interpretado por Robert Powell (Jesus de Nazaré (1977)). A atriz Antonia Ellis interpreta Cosima Wagner, filha de LISZT e segunda esposa de WAGNER. A cena engraçada do filme é um dueto entre o compositor (representando Siegfried) e uma personagem (uma valquíria) no qual eles cantam uma letra, feita exclusivamente para o filme, para A Cavalgada das Valquírias, da ópera A Valquíria, de WAGNER. Na trilha-sonora, MAHLER e WAGNER. Não foi lançado em DVD no Brasil.

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Lisztomania: filme inglês de 1975, também dirigido por Ken Russell, sobre o compositor romântico húngaro LISZT, interpretado por Roger Daltrey, vocalista da banda de rock inglesa The Who. O elenco também conta com o ex-Beatle Ringo Starr. Na trilha-sonora, LISZT, WAGNER e Rick Wakeman, tecladista e compositor que fez parte da banda de rock progressivo inglesa Yes. A trilha-sonora foi lançada em LP no Brasil, mas não sei se passou nos cinemas ou se foi lançado em VHS por aqui. Não foi lançado em DVD no Brasil.

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Bachianas Brasileiras - Meu Nome É Villa-Lobos: filme brasileiro de 1979 dirigido para a televisão por José Montes-Baquer, baseado na biografia do compositor Heitor Villa-Lobos. Produção: TV Cultura e produtora alemã Südwestfunk Baden- Baden. Elenco: Rildo Gonçalves (Villa-Lobos), Amilton Monteiro, Sérgio Mamberti, Monique Lafond e Tânia Alves.

Realizado em 1979 sob direção de José Montes Baquer, este documentário é, na opinião de muitos, a melhor obra cinematográfica feita até agora a respeito da vida e obra do compositor, juntamente com as referências bibliográficas da inglesa Lisa Peppercorn. Bachianas Brasileiras também traz preciosidades como depoimentos de pessoas importantes relacionadas ao compositor, como o pianista polonês Arthur Rubinstein e o violonista espanhol Andrés Segovia - responsável este pela definitiva consagração de seu repertório acadêmico de música de câmara para violão, alçando-o à equivalente importância que Chopin possui para o piano.
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A Vida de Verdi: série ou mini-série italiana de 1982 que foi lançada em versão compacta em VHS duplo no Brasil. Trata da vida e obra do compositor romântico italiano VERDI.
Foi lançado em DVD pela Versátil.






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Wagner: co-produção austro-húngaro-inglesa de 1983 sobre o compositor romântico alemão Richard WAGNER, interpretado por Richard Burton. Mais informações em http://www.2001video.com.br/detalhes_produto_extra_dvd.asp?produto=15023. Disponível em DVD no Brasil.

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Amadeus: este filme americano de 1984 sobre o compositor clássico austríaco W.A. MOZART quase todo mundo assistiu. Foi dirigido por Milos Forman (tcheco, que também dirigiu Um Estranho no Ninho (1975), o musical Hair (1979), Ragtime (1981), Valmont - Uma História de Seduções (1989) e O Povo contra Larry Flynt (1996)), que fez uma adaptação da peça de Peter Shaffer. Teve em seu elenco Tom Hulce, no papel de Mozart, e F. Murray Abraham (Todos os Homens do Presidente (1976), Scarface (1983), O Nome da Rosa (1986), Poderosa Afrodite (1995), Jornada nas Estrelas: Insurreição (1998)), no papel de seu rival, o compositor italiano Antonio SALIERI que, segundo a lenda, o teria envenenado. Roy Dotrice atuou no papel de Leopold Mozart, pai de W.A. Mozart e que também foi compositor.
Amadeus nos traz um Mozart bem-humorado, com suas risadas, além da peruca rosa, tal qual um astro da música pop dos anos 80 - teriam se inspirado em Prince? Talvez sim, talvez não...
Alguns dos pontos altos do filme, na minha opinião: 1) quando Mozart improvisa um arranjo melhorado de uma música de Salieri; 2) Mozart, em uma taberna, a pedido de alguém, toca Bach demonstrando tédio e desinteresse, uma vez que aquela música já estava totalmente fora de moda naquela época; 3) na mesma taberna, Salieri, disfarçado, pede a Mozart que toque uma música sua, e Mozart o faz ridicularizando o rival; 4) a insinuação de que Mozart teria se inspirado na sogra para escrever e compor a ária da Rainha da Noite, de sua ópera A Flauta Mágica; 5) quando Mozart dita a Salieri o Requiem.
Este filme arrecadou 8 Oscars em 11 nomeações. Passou nos cinemas por aqui e lançado em VHS e DVD por aqui também.
Você pode ler mais sobre o filme em http://miguelgalrinho.blog-city.com/amadeus_1984_de_milos_forman.htm.

Eis um pôster do filme.

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Divino Amadeus: 1985, dirigido por Slavo Luther. Filme alemão que procura investigar as causas da morte misteriosa do compositor Wolfgang Amadeus Mozart, em Viena.
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God Rot Tunbridge Wells: 1985, dirigido por Tony Palmer. Sobre a vida de Handel.
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Spring Symphony (Sinfonia da Primavera): filme de 1983 ou 1986 em que Nastassja Kinski e Herbert Gronemeyer estrelam como Clara Wieck e Robert Schumann. Este filme foi lançado em VHS no Brasil exatamente com o título Sinfonia da Primavera.
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Strauss - O Rei sem Coroa: filme de 1987, dirigido por Franz Antel, com Oliver Tobias no papel do grande compositor vienense de valsas e operetas Johann STRAUSS. Foi lançado em VHS no Brasil.











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Todas as Manhãs do Mundo (título original francês: Tous les Matins du Monde): filme francês de 1991, dirigido por Alain Corneau, sobre a relação entre dois compositores barrocos franceses, Marin MARAIS (interpretado por Gérard Depardieu - confira sua filmografia completa em http://fr.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9rard_Depardieu) e seu mestre, Monsieur de SAINTE COLOMBE. Quem intepretou Marin, quando mais jovem, foi Guillaume Depardieu, filho de Gérard Depardieu. Esta obra cinematográfica arrebatou 7 Césars - o César é uma versão francesa do Oscar, tal qual o Urso de Prata na Alemanha -, em 1992, além do Prêmio Louis-Delluc, em 1991. Este filme passou nos cinemas por aqui, e foi lançado em VHS por aqui também.
Na trilha-sonora, obras de compositores barrocos franceses: François COUPERIN, Jean-Baptiste LULLY, Marin MARAIS, SAINTE COLOMBE, Monsieur de SAINTE COLOMBE filho, além de uma música tradicional aqui arranjada pelo espanhol Jordi Savall, que ficou a cargo da interpretação das obras ouvidas no filme. Jordi Savall, maestro e músico (ele toca viola da gamba, instrumento antepassado do violoncelo) está, nestas gravações, à frente do seu conjunto de música antiga Le Concert des Nations. Jordi Savall, uma das maiores autoridades em música antiga (medieval, renascentista e barroca), se encarregou, alguns anos mais tarde, da trilha-sonora de outro espetacular filme francês de época, Marquise - com Sophie Marceau -, de 1997, dirigido por Véra Belmont e também ambientado no século XVII.
Alain Corneau anteriormente havia dirigido Gérard Depardieu em dois outros filmes: Le Choix des Armes (A Escolha das Armas), de 1981, e Fort Saganne, de 1984, este último também com Catherine Deneuve, Philippe Noiret e Sophie Marceau no elenco.


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Impromptu: filme de 1991 em que Hugh Grant faz o papel de Chopin.
Foi lançado em VHS no Brasil, com o título George e Frederic, pela LK-Tel Vídeo.
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Rossini! Rossini!: filme italiano de 1991, dirigido por Mario Monicelli, no qual o ator francês Philippe Noiret interpreta o papel título, o do grande compositor italiano Rossini.
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Minha Amada Imortal (título original em inglês: Immortal Beloved): filme americano de 1995, dirigido por Bernard Rose, sobre o compositor alemão Ludwig van BEETHOVEN, interpretado por Gary Oldman (sua filmografia em filmes conhecidos do público brasileiro é gigantesca, confira em http://pt.wikipedia.org/wiki/Gary_Oldman).









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Villa-Lobos, uma Vida de Paixão: filme brasileiro de 1999, dirigido por Zelito Viana, sobre a vida e obra do nosso grande compositor Heitor Villa-Lobos, célebre por suas Bachianas Brasileiras, série de obras nas quais demonstra sua admiração pelo mestre alemão Bach, ao mesmo tempo em que soam tipicamente e genuinamente brasileiras. No papel título, Marcos Palmeira, no papel de Villa-Lobos quando jovem, e Antonio Fagundes, no papel do compositor quando mais velho.
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Le Roi Danse: filme francês de 2000, dirigido por Gérard Corbiau, sobre a relação entre o compositor francês Jean-Baptiste LULLY (nascido na Itália e naturalizado francês, e também homossexual) e o rei Luís XIV, o Rei Sol, que amava as artes, sobretudo a dança, uma vez que era dançarino. O belga Corbiau também realizou dois outros grandes filmes envolvendo música erudita, Le Maître de la Musique (O Mestre da Música, 1987), e o imperdível e tão magistral quanto o enfocado aqui, Farinelli (1994). Outro ator neste filme interpreta outro compositor francês da época, Robert CAMBERT. Não foi lançado em DVD no Brasil.
Na trilha-sonora, obras de LULLY, CAMBERT, Jacques CORDIER e Michel LAMBERT, todos compositores barrocos franceses. A interpretação das peças destes compositores ficou a cargo do conjunto alemão de música antiga Musica Antiqua Köln, que é dirigido por Reinhard Goebel, um dos mais célebres intérpretes e pesquisadores de música barroca.
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Clara: produção franco-alemã de 2000, dirigida pela alemã Helma Sanders-Brahms sobre Clara Schumann, aqui interpretada pela atriz francesa Isabelle Huppert.
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Verdi, une passion, une destin: filme-documentário francês de 2001 sobre VERDI.

















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Chopin - Desire for Love: filme polonês de 2002 sobre Chopin.





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Il était une fois Jean-Sebastien Bach (em português, Era uma vez Johann Sebastian Bach): filme francês de 2003, dirigido por Jean-Louis Guillermou, sobre o compositor barroco alemão J.S. BACH, aliás, meu compositor preferido. No papel de Bach, Christian Vadim, filho do diretor francês Roger Vadim (1928-2000; dirigiu e lançou Brigitte Bardot, com quem foi casado, no filme E Deus Criou a Mulher; foi casado também com Jane Fonda) e da atriz francesa Catherine Deneuve.



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Mein Name ist Bach (em português, Meu Nome é Bach): filme suíço de 2003, dirigido por Dominique de Rivaz. Este foi o primeiro filme desta diretora suíça. Leia uma pequena entrevista com ela em http://mostra.uol.com.br/27/exib_jornal.php?language=pt&jornal=197. Foi exibido em São Paulo em uma mostra de filmes, mais precisamente, na 27ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 2003. O filme não conta a vida de Bach, mas de insolente encontro imaginado entre o compositor e o imperador da Prússia, Frederico II, homossexual, déspota e grande conhecedor de música, que - segundo diziam - costumava tocar flauta ao fim das batalhas, entre os cadáveres.
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O Segredo de Beethoven (Copying Beethoven, EUA/ Alemanha, 2006):
O que Mozart tem que Beethoven não tem? Resposta: um belíssimo filme. Por mais que Ludvig Van Beethoven seja considerado um dos mais geniais e revolucionários compositores de todos os tempos, ele nunca foi retratado pelo cinema com a genialidade que merece. Ao contrário de Mozart, que tem em Amadeus sua cinebiografia definitiva. A dívida do cinema para com Beethoven não foi saldada no mediano Minha Amada Imortal, de 1994, tampouco o será neste O Segredo de Beethoven, da festejada diretora polonesa Agnieska Holland (a mesma de Filhos da Guerra (Europa Europa, 1990) e Olivier, Olivier (1992)). Tanto Minha Amada Imortal como O Segredo de Beethoven optam por criar situações fictícias em cima da vida e da obra do compositor. O que, por si só, não seria um grande problema, posto que este foi justamente um dos artifícios de Amadeus (claro, Salieri nunca desejou matar Mozart). Ambos padecem, porém, da falta de roteiros mais consistentes e direções mais sensíveis.

O Segredo de Beethoven cria a personagem Anna Holtz (a alemã Diane Kruger, do recente Feliz Natal), uma jovem e humilde copista de partituras musicais que deseja se tornar compositora. Por ser uma ótima aluna, ela é indicada para trabalhar diretamente ao lado de Beethoven (Ed Harris, de Pollock) que, já surdo e mais irascível do que nunca, está finalizando sua Nona Sinfonia. O conflito entre ambos é inevitável. A partir daí, o roteiro se desenvolve dentro da conhecida linha de filmes que mergulham nas relações conturbadas entre aluno e professor, entre idólatras e idolatrados. A inexperiente Anna sabe que há um alto preço a ser pago caso ela deseje continuar bebendo da experiência do mestre, ao mesmo tempo em que o consagrado compositor também pode aprender muito com a dedicação da aluna.

Ed Harris interpreta o compositor Ludwig van Beethoven em seu último ano de vida. Nessa época, ele mantinha um tórrido romance com sua assistente, enquanto compunha sua famosa Nona Sinfonia.

Se o comportado conteúdo do filme está longe de ter a inquietação e a criatividade da obra de Beethoven, a produção é das mais caprichadas, com belas locações na Hungria, fotografia e figurinos notáveis e a participação da Sinfônica de Londres. Além, é claro, da irresistível música do compositor. Ao som do coral da Nona Sinfonia, não há cena de filme que não cresça diante da platéia.
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Antonio Vivaldi, un prince à Venise (em português, Antonio Vivaldi, um príncipe em Veneza): co-produção ítalo-francesa de 2006, dirigida também por Jean-Louis Guillermou, sobre o compositor barroco italiano Antonio VIVALDI. No papel título, Stefano Dionisi, que interpretou Farinelli no filme homônimo de 1994, dirigido por Gérard Corbiau. O elenco conta com a atriz Delphine Depardieu, provavelmente parente de Gérard Depardieu.



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Amigos, por enquanto é isso. Aguardem a continuação desta matéria.